Laboratório de Herpetologia Sagarana
O guia de identificação dos anuros da Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal conta com fotos em vida, pranchas taxonômicas dos adultos e girinos e a vocalização das espécies. Os arquivos sonoros estão disponíveis para download. Divirta-se conhecendo um pouco mais da anurofauna do campus.
Famílias
Bufonidae
Grupo grande composto pelos também conhecidos "sapos verdadeiros", a família Bufonidae é composta por 52 gêneros e 612 espécies descritas (2019). Amplamente distribuída ao redor do mundo, exceto na Austrália, Madagascar e ilhas oceânicas (lugares onde algumas espécies foram introduzidas).
Os bufonídeos são conhecidos por apresentarem glândulas paratoideas contendo toxinas que são usadas como mecanismo de defesa contra seus predadores, podendo ser fatais. Contudo, estas toxinas apresentam grande potencial farmacêutico sendo alvo de pesquisas científicas.
Adaptado de AmphibiaWeb e Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorrem duas espécies de bufonídeos do gênero Rhinella. Veja mais informações sobre estas espécies abaixo:
Rhinella diptycha
Sapo-cururu
Estes anuros possuem membros curtos e pele rugosa, apresentando glândulas secretoras de veneno em sua superfície. Podem alcançar aproximadamente 30 cm de comprimento.
Amplamente distribuído no Brasil, ocorrendo também no Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Possuem hábitos noturnos e alimentam-se de uma grande variedade de insetos.
Sua reprodução é considerada explosiva, ou seja, ocorre em curto período de tempo. Os ovos são depositados em um cordão gelatinoso.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa com os pontos onde foram coletados os espécimes testemunho.
Sapo-granuloso
Estes anuros possuem membros curtos e pele rugosa, apresentando glândulas secretoras de veneno em sua superfície, menores em comparação com a espécie acima. A espécie é de tamanho pequeno, alcançando cerca de 9 cm de comprimento.
A espécie está presente nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Possuem hábitos noturnos e terrestres.
Se reproduzem ao longo do ano (reprodução prolongada), com um pico na estação chuvosa. Também possuem desova em cordão, com cerca de 900 ovos.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa com os pontos onde foram coletados os espécimes testemunho.
Rhinella granulosa
Hylidae
Esta família é composta pelas famosas pererecas. Os hilídeos formam uma das maiores famílias de anuros, com cerca de 720 espécies descritas. São amplamente distribuídos, principalmente no Novo Mundo.
Uma das principais características deste grupo é a presença de discos adesivos, que permitem a estes anuros escalarem paredes, troncos de árvores e outras superfícies íngremes.
Adaptado de AmphibiaWeb e Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorrem 15 espécies de hilídeos de seis gêneros: Bokermannohyla, Boana, Dendropsophus, Ololygon, Scinax e Trachycephalus. Veja mais informações sobre estas espécies abaixo:
Bokermannohyla gr. circumdata
Perereca-do-Espírito-Santo
Estes anuros possuem membros alongados e pele lisa.
A espécie é encontrada nas montanhas dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Santa Catarina.
Os indivíduos desta espécie apresentam dorso castanho claro ou escuro; bandas transversais simples na superfície dorsal das coxas e flancos; prepolex único, grande e pontiagudo; antebraço hipertrofiado nos machos (Napoli e Juncá, 2006).
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa com os pontos onde foram coletados os espécimes testemunho.
Perereca-Cabrinha
Esta espécie possui coloração dorsal que varia entre amarelo, laranja e marrom, apresenta uma linha escura que vai da ponta do focinho até depois do braço ("cortando" os olhos), lábios brancos e pintinhas amareladas na superfície escondida das coxas e flancos. Estas pintinhas ficam brancas nos indivíduos fixados, o que dá o nome a esta espécie (albo=brancas, punctata=pontinhos). Seu nome popular faz referência ao canto da espécie, que lembra um pouco o som de uma cabra.
A espécie é encontrada no sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, nordeste da Argentina, norte do Uruguai, Bolívia oriental e leste do Paraguai. Sua distribuição é ampla e facilmente é encontrada em regiões antropizadas.
Reproduzem-se o ano todo, tendo um maior pico durante a estação chuvosa.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa com pontos, onde foram coletados os espécimes testemunho.
Boana albopunctata
Perereca-com-Voz-de-Chocalho
Coloração dorsal varia entre as cores laranja e marrom (quando em atividade) e bege/creme durante o dia ou quando é encontrada em repouso. Geralmente, os indivíduos desta espécie possuem uma mancha em forma de "W" no dorso.
A espécie é amplamente distribuída, principalmente em ambientes antropizados. É encontrada nas regiões central, nordeste e sudeste do Brasil.
Sua reprodução é prolongada, tendo maior pico na estação chuvosa. Sua desova ocorre próxima a vegetação aquática, como um ninho de ovo gelatinosos que flutuam na superfície da água.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa com pontos, onde foram coletados os espécimes testemunho.
Boana crepitans
Boana faber
Sapo-Martelo
Esta espécie também é conhecida como sapo-ferreiro devido ao seu canto parecer ao som de um martelo batendo ou um ferro sendo batido. Sua coloração varia entre laranja e marrom e geralmente, alguns adultos apresentam uma linha escura que sai do focinho e vai até a metade do dorso.
A espécie é encontrada de leste a sul do país, sudeste do Paraguai e na Argentina.
É uma perereca relativamente grande, atingindo cerca de 10 cm de comprimento. Os machos apresentam prepolex, estrutura que auxilia na defesa de território e contra predadores.
Seu pico de reprodução é durante a estação chuvosa e os machos constroem ninhos, que se assemelham a panelas na beira das lagoas, aguardando as chuvas mais fortes inundarem sua pocinha.
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Boana lundii
Perereca-Usina
Apresenta coloração acinzentada e manchas no dorso que podem ser de coloração preta, vermelha e esverdeada, assemelhando-se a troncos de árvores. Coloração dos ossos verde-azulada, sendo visível principalmente nas pernas. Também possuem prepolex, usado para defesa.
A espécie é encontrada na região de cerrado no sudeste de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.
A atividade reprodutiva ocorre durante o ano todo, sendo possível encontrar indivíduos machos vocalizando próximo a ambientes com água.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa com pontos, onde foram coletados os espécimes testemunho.
Este grupo é comumente chamado de perereca-de-pijama devido ao padrão de listras no dorso. Possui tamanho pequeno, chegando a 3 cm aproximadamente.
A espécie é encontrada na região serrana do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
A espécie se reproduz ao longo de todo o ano, com pico na estação chuvosa. O macho vocaliza na vegetação acima dos corpos d'água.
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Perereca-de-Pijama
Boana polytaenia
Dendropsophus decipiens
Os indivíduos desta espécie possuem tamanho relativamente pequeno, atingindo 3 cm aproximadamente. Possuem coloração amarela com detalhes mais escuros, em tons marrons que parecem uma moldura.
A espécie é encontrada no leste do Brasil, desde Pernambuco até o Rio de Janeiro.
O indivíduos são encontrados em pontos que tenham fragmentos de mata no entorno do corpo d'água.
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Perereca-Moldura
Dendropsophus minutus
Perereca-Ampulheta
Esta espécie apresenta coloração amarelada ou laranja, com padrões de manchas no dorso que podem parecer uma moldura ou uma ampulheta (que condiz com seu nome popular). Também possui pequeno porte, atingindo aproximadamente 3 cm de comprimento.
A espécie possui ampla distribuição e é bastante comum em ambientes antropizados. Está presente na Colômbia, Venezuela, nas Guianas, Equador, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Período reprodutivo prolongado. Os machos vocalizam sob plantas aquáticas e algumas gramíneas.
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Dendropsophus rubicundulus
Pererequinha-Verde
Os indivíduos desta espécie apresentam coloração esverdeada ou amarelada no dorso, com duas faixas laterais de cor marrom. Possui pequeno porte, atingindo aproximadamente 2 cm.
A espécie é bastante comum e é encontrada no nordeste em Piauí e sul do Ceará, sudeste do Pará, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo. Também se encontra na Bolívia e Paraguai.
Sua reprodução ocorre durante toda a estação chuvosa. Os machos vocalização sob a vegetação, próximo aos corpos d'água. Seu canto parece com o som de estalos.
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Dendropsophus seniculus
Perereca
A coloração desta espécie é marrom com manchas com margens. Durante o dia, possui coloração acinzentada, podendo se camuflar ao tronco da árvore, parecendo um musgo.
A espécie é encontrada em Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Estes indivíduos se reproduzem durante a estação chuvosa, tendo um pico no início desta estação. Vocalizam nos galhos e em ocos de árvores, próximas a corpos d'água.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Ololygon luizotavioi
Perereca
A coloração dos indivíduos desta espécie é acinzentada, porém os machos podem apresentar cor amarela durante a atividade reprodutiva. Atingem aproximadamente 2,7 cm de comprimento. Uma característica que ajuda na identificação, é a presença de uma única verruga sobre cada olho.
A espécie é encontrada na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.
Os machos vocalizam a noite, sob vegetações baixas próximas a corpos d'água, como lagoas e riachos.
Adpatado de: Caramaschi & Kisteumacher, 1989
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Scinax fuscomarginatus
Estes anuros apresentam coloração variável entre amarelo a bege/creme. Alguns indivíduos apresentam duas faixas escuras grossas saindo dos olhos e uma faixa mais fina no meio do corpo, saindo do focinho.
A espécie é encontrada no sul, centro-oeste e leste do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.
A espécie se reproduz durante toda a estação chuvosa. O macho vocaliza próximo a corpos d'água, sob as folhas de gramíneas.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Pererequinha
O nome popular faz referência ao fato desta espécie lidar com as ações antrópicas, podendo ser encontradas dentro de residências e locais degradados. Sua coloração varia do bege/creme ao amarelo vivo, também sendo encontradas na cor castanha. A região escondida das coxas e flancos possuem uma coloração bem amarelada.
A espécie é encontrada no sudeste do Brasil, nordeste da Argentina, Paraguai e Bolívia.
Possuem hábitos noturnos e reprodução prolongada, com pico durante a estação chuvosa. Os machos são encontrados em atividade de vocalização durante todo o ano, próximos a corpos d'água e geralmente, apresentam coloração amarelada durante este período.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Perereca-de-Banheiro
Scinax fuscovarius
Scinax aff. x-signatus
Perereca-de-Banheiro
Assim como a espécie anterior, os indivíduos desta espécie apresentam tolerância a ambientes impactados pelas ações do ser humano. São encontradas dentro das casas, em cômodos mais fresquinhos, por isso ficam no banheiro.
A espécie está presente na Colômbia, Venezuela, Suriname, Brasil e Argentina.
Os indivíduos desta espécie possuem hábitos noturnos e se reproduzem ao longo de todo ano, principalmente na estação chuvosa. Os machos vocalizam sobre as plantas que ficam próximas a lagoas e brejos.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Trachycephalus nigromaculatus
Perereca-Leiteira
Esta espécie possui o nome popular de perereca-leiteira, devido ao fato dela liberar uma substância pegajosa de coloração branca na superfície da pele, parecendo com leite ou mesmo cola. Este comportamento de defesa é visto quando o indivíduo se sente ameaçado ou está sendo predado, fazendo com que o predador o solte, permitindo sua fuga.
A espécie é encontrada em regiões litorâneas do Espírito Santo a São Paulo e no interior da Bahia, Minas Gerais e de Goiás ao sul do Piauí.
A reprodução desta espécie é considerada explosiva, sendo possível encontrar os machos vocalizando somente em semanas de chuvas torrenciais. Os machos vocalizam boiando sobre a lâmina d'água, gerando uma vibração quando seus sacos vocais laterais são inflados.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Leptodactylidae
A família dos leptodactilídeos é composta pelas rãs, aquelas usadas na alimentação. Este grupo é grande, contendo cerca de 210 espécies descritas e bastante diverso, com indivíduos com comprimento muito grande (aproximadamente 18,5 cm) ou muito pequeno (menor que 1 cm).
Dois comportamentos característicos do grupo é a territorialidade e o cuidado parental em algumas espécies.
Adaptado de AmphibiaWeb e Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorrem oito espécies de leptodactilídeos de três gêneros: Leptodactylus, Physalaemus e Pseudopaludicola. Veja mais informações sobre estas espécies abaixo:
Leptodactylus fuscus
Rã-Assobiadora
Conhecida também como rã-assobiadora, os indivíduos desta espécie recebem este nome devido ao canto que emitem, muito parecido com um assobio. Possuem focinho pontudo (acuminado) que auxilia na escavação, hábito comum em algumas espécies do grupo.
A espécie é encontrada do Panamá a América do Sul, oeste dos Andes, de sul a sudeste do Brasil, Bolívia, Paraguai e nordeste da Argentina.
Os indivíduos possuem tamanho médio, coloração que vai do cinza ao marrom. Possuem hábitos noturnos e escavam tocas para construção de ninhos de espuma (Eterovick & Sazima, 2004).
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Leptodactylus latrans
Rã-Manteiga
Esta espécie é composta por anuros de grande porte, atingindo mais de 10 cm. Apresentam cuidado parental, onde a fêmea sempre fica próxima ao girinos na água. Neste grupo, os machos são maiores que a fêmea, diferente dos outros anuros.
A espécie é encontrada na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Sua reprodução ocorre durante a estação chuvosa, com deposição dos ovos em ninhos de espuma. A espécie é bastante comum, sendo facilmente em encontrada em locais antropizados.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Leptodactylus mystaceus
Rã-de-Lábios-Brancos
Os anuros desta espécie apresentam dois pares de linhas de glândulas no dorso do corpo, sendo uma contínua e bem visível no dorso e outra descontínua na lateral do corpo. Possuem uma faixa escura que sai do focinho e vai até o ombro e lábios esbranquiçados.
A espécie é encontrada Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela e nas Guianas.
Os indivíduos são comuns em áreas degradadas, sendo facilmente encontrados em pastos embrejados. Os machos começam a vocalizar ao fim da tarde, entocados em galerias subterrâneas.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Leptodactylus mystacinus
Rã-de-Bigode
Os indivíduos desta espécie apresentam coloração que varia entre bege-amarelada e vermelho e manchas pretas espaçadas. Apresentam linhas de glândulas e faixas pretas dorsolaterais, que saem da região inguinal e chegam até a região posterior do tímpano. Também possuem faixas pretas saindo do focinho, atravessando os olhos, que terminam numa linha descontínua a partir do tímpano.
A espécie é encontrada na Bolívia, Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Os machos desta espécie começam a vocalizar ao fim da tarde em galerias subterrâneas, onde depositam seus ovos em ninhos de espuma.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Physalaemus centralis
Rãzinha-Branca
Estes anuros possuem coloração bege/creme a marrom-claro. Apresentam glândulas no dorso bem evidentes e manchas transversais de cor marrom claro.
A espécie é encontrada Bolívia, Paraguai e Brasil, nos estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí.
Possui hábitos noturnos, vocalizando (macho) em pequenas poças ou em suas margens. Facilmente encontrada em ambientes antropizados.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Physalaemus cuvieri
Rã-Cachorro
Chamada de rã-cachorro, a espécie possui um canto muito parecido com um latido. Os indivíduos apresentam uma mancha escura em tons marrons ou pretos que começam no focinho e terminam nos flancos. Os flancos possuem coloração alaranjada, tornando esta espécie facilmente distinguível.
A espécie está presente na Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela e Brasil, nas regiões nordeste, central e sudeste.
Espécie tolerante a ambientes antropizados, é encontrada em atividade reprodutiva em açudes e brejos em meio a pasto.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Physalaemus marmoratus
Rã-Fórmula-Um
Estes anuros apresentam coloração do dorso variando do bege/creme a mármore. Também possuem manchas irregulares margeadas em tons pretos e glândulas grandes e bem visíveis.
A espécie é encontrada nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A reprodução desta espécie ocorre durante a estação chuvosa. A vocalização dos machos parece o som de carro de corrida, por isso seu nome popular é rã-fórmula-um.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Pseudopaludicola aff. mystacalis
Rãzinha-Grilo
Esta espécies possui tamanho muito pequeno, sendo um pouco difícil de ser vista. Possui coloração bege/creme a marrom-claro.
A espécie é encontrada no sudeste e leste do Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Os indivíduos se reproduzem durante a estação reprodutiva. Os machos começam a vocalizar ao final da tarde, em pequenas poças. O canto dessa espécie parece muito com o som de um grilo, podendo muitas vezes ser confundido.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Microhylidae
Os microhilídeos são uma família grande, composta por 60 gêneros e 681 espécies descritas. São anuros terrestres e fossoriais, amplamente distribuídos pelo mundo.
Uma das principais características deste grupo é o focinho pontudo e o corpo globoso.
Adaptado de AmphibiaWeb e Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorrem duas espécies de microhilídeos de dois gêneros: Dermatonotus e Elachistocleis. Veja mais informações sobre estas espécies abaixo:
Dermatonotus muelleri
Rã-Bode
Única espécie do gênero, possui hábitos escavadores. Apresentam coloração escura, bem próxima a cor preta com manchas marrons irregulares no dorso. Na região ventral, a coloração é mais clara tendendo ao cinza, com manchas brancas irregulares.
A espécie é encontrada no Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai.
A reprodução desta espécie ocorre durante a estação chuvosa e é considerada explosiva. O canto dos macho parece ao som emitido por um bode, que justifica seu nome popular. Os indivíduos vocalizam próximos ao corpo d'água ou boiando em poças.
Veja ao lado imagens do adulto, girino e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Elachistocleis cesarii
Rãzinha-de-Barriga-Amarela
Os indivíduos desta espécie possuem tamanho relativamente pequeno (chegando a 3 cm de comprimento). Possuem coloração cinza-escura no dorso e região ventral na cor amarela.
A espécie é encontrada nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
Os machos desta espécie vocalizam durante a estação chuvosa. Eles cantam com os membros posteriores dentro d'água e o restante do corpo para fora (Toledo, Loebmann e Haddad, 2010).
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Odontophrynidae
Esta família é composta por sapinhos pequenos e robustos. Os odontofrinídeos possuem hábitos terrestres na maioria das espécies, fossoriais em algumas e habitam microhabitats variados. Este grupo conta com 52 espécies descritas.
Adaptado de AmphibiaWeb e Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorre uma espécies de odontofrínideo, do gênero Proceratophrys. Veja mais informações sobre esta espécie abaixo:
Proceratophrys boiei
Sapo-Folha
Esta espécie recebe seu nome popular devido ao fato dos indivíduos se camuflarem bem entre as folhas, no chão das florestas. Possuem apêndices palpebrais longos (Giaretta e Sazima, 1993), por isso são também chamados de sapos-de-chifres.
A espécie é encontrada nas montanhas dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Vivem sobre o folhiço no interior de mata e possuem hábitos diurnos e noturnos.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.
Phyllomedusidae
Esta família é composta pelas pererecas verdes. Antigamente, este grupo era considerado uma subfamília de Hylidae, sendo chamado Phyllomedusinae. Porém, após estudos filogenéticos, pesquisadores decidiram considerar este grupo como uma família.
Assim como os hilídeos, os filomedusídeos apresentam discos adesivos nos dedos que permitem escalar árvores, habitat geralmente ocupado pelas espécies desta família. Possuem 8 gêneros, com 65 espécies descritas.
Adaptado de Frost, 2019
No campus Florestal da Universidade Federal de Viçosa, ocorre uma espécie de filomedusídeo, do gênero Phyllomedusa. Veja mais informações sobre esta espécie abaixo:
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Phyllomedusa burmeisteri
Phyllomedusa burmeisteri
Perereca-das-Folhagens
Os indivíduos desta espécie apresentam coloração esverdeada, com manchas irregulares amarelas na lateral do corpo, flanco e superfície escondida da coxa e perna. A região ventral é branca, podendo ou não haver manchas amarelas.
A espécie é encontrada em todo a região sudeste do Brasil.
São anuros arborícolas, com movimentação muito lenta. Sua reprodução ocorre na estação chuvosa e os ovos da espécie são depositados em folhas, próximas a corpos d'água. Um mecanismo de defesa interessante apresentado por esta espécie, é a tanatose, que nada mais que o indivíduo fingir de morto para evitar ser predado.
Veja ao lado imagens do adulto e o mapa onde foram coletados os espécimes testemunho.